Para a elaboração de um projeto de pesquisa, precisamos de objetivos claros, completos e específicos, e, para isso, contamos com as chamadas “Variáveis de Estudo”.
- Se for um estudo que correlacione duas coisas (Ex.: avaliar o efeito de x sobre y), é importante que isso já seja apresentado no objetivo.
- Se for um estudo apenas descritivo, por exemplo, “Avaliar o papel do alcoolismo”, não preciso inserir as variáveis.
- O estudo pode ser ainda do tipo teste de hipótese, onde já incluo no objetivo a direcionalidade que existe entre as variáveis. Não falarei apenas “avaliar o efeito de x sobre y”, mas sim “avaliar se o aumento de x provoca aumento ou diminuição de y”. Se tenho uma hipótese específica, (x abaixa y), já posso incluir isso no objetivo, delimitando assim o caminho que o leitor do projeto deve seguir para entender o trabalho. É estranho ler um projeto em que existe teste de hipótese, mas em que isso não apareceu no objetivo.
Conceitos x Variáveis
Conceitos são ideias que podem variar de acordo com uma visão subjetiva. Por exemplo, em um projeto cuja pergunta é “Medir a efetividade de um programa de treinamento desenhado para ajudar pessoas jovens”, temos os termos “efetividade” e “jovem” dependentes de uma interpretação subjetiva, sendo portanto classificados como conceitos. Quando queremos operacionalizar esses conceitos (transformando em variáveis), a fim de deixá-los mais objetivos e concretos, utilizamos escalas de mensuração, e é importante ressaltar que, para isso, existem diversos graus de precisão. Essa operacionalização é importante porque é através dela que garantimos a consistência do que está sendo discutido entre todos os envolvidos no projeto, além de facilitar a compreensão e análise posterior do trabalho. Dessa forma, podemos entender variáveis como um conceito que pode ser medido.
Tipos de Variáveis
- Variáveis de relação causal: são aquelas envolvidas em uma relação de causa-consequência. Podem ser independentes, dependentes, intervenientes ou de controle.
- Independentes: são a “causa”, ou seja, são as responsáveis por promover uma mudança em um fenômeno, situação ou circunstância. Por exemplo: “A amamentação promove melhor desenvolvimento do sistema imunológico”.
- Dependentes: são a “consequência”, ou seja, são as consequências da ação de uma variável independente. Por exemplo: “A amamentação promove melhor desenvolvimento do sistema imunológico”.
Variáveis independentes em um estudo podem ser dependentes em outros e vice-versa.
- Intervenientes: também chamadas de variáveis de confusão, são aquelas que ligam as variáveis independentes e dependentes, ligando então o percurso causa → efeito, alterando o resultado. Algumas vezes essa relação sequer pode ser estabelecida sem as variáveis intervenientes.
- De controle: são aquelas que afetam ou influenciam a ligação entre as variáveis dependentes e independentes, mas não são necessárias para essa relação. Também chamadas de ajuste, confusão.
- Variáveis de unidades de medida:
- Categóricas ou Discretas: são as variáveis nominais, podem ser Dicotômicas ou Politômicas.
- Dicotômicas: apenas 2 aspectos de potencial de resposta. Por exemplo: bom/mau, sim/não.
- Politômicas: várias respostas discretas. Por exemplo: partidos políticos, religiões.
- Contínuas: não são discretas, não contam com categorias, mas sim com uma medição. Por exemplo: peso em kg, idade em anos, circunferência abdominal em cm.
- Ordinais (ranking): indicam a resposta em ranking. Por exemplo: alto, médio, baixo, estágio I, II, III.
- Por intervalo: aquelas indicadas por um espectro. Por exemplo: de 10 a 20 anos.
- Categóricas ou Discretas: são as variáveis nominais, podem ser Dicotômicas ou Politômicas.
- Variáveis de desenhos de estudo:
- Ativas: aquelas que podem ser manipuladas pelo pesquisador. Por exemplo: dose de tratamento.
- Atribuíveis/Atributo: não podem ser alteradas pelo pesquisador. Por exemplo: idade, altura…